sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Eu - Florbela Espanca


Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte


Sou a crucificada... a dolorida...
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!


Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...


Sou a que chora sem saber por quê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!

2 comentários:

Thayla Ramos disse...

Nossa Dani! Acho que o meu eu é quase igual o dela..rs
Belo poema..a Florbela era genial...pena que os gênios tenham um fim tão trágico como o dela...
Beijo!

Cintia Ferreira disse...

Lindo, lindo!
Eu tbm me sinto como alguém que passa e ninguém vê.

Bjo pra vc!