terça-feira, 10 de agosto de 2010

O Guardador de Rebanhos - Fernando Pessoa


Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...

O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

sábado, 7 de agosto de 2010

I´m So Moving On! - D. Donson


Moving on! Estas são minhas palavras de ordem! Depois de mais uma leve decepção no que diz respeito às emoções, resolvi agilizar meu processo de partida. Cheguei de Santos ontem, depois de uma semana inteira de treinamento com a Costa Crociere. Foi realmente legal, conheci muita gente nova, rimos A LOT, saímos e nos divertimos. Descobri que tenho o dom de fazer as pessoas rirem e que uma hora vou ter que voltar a atuar! Haha.

Fiquei em um hotel há metros da praia, então à noite eu costumava sair pra caminhar e ver as pessoas de Santos. No penúltimo dia, coloquei meu fone e minhas músicas on, saí bem distraído pela orla, andando devagar, sendo uma coisa muito rara: eu estava sendo livre. Parei na escola de surfe, fiquei algum tempo observando sozinho o mar escuro, a forma como as ondas se interpõem na areia. Então pensei que seria mesmo um grande desafio ultrapassar todas as fronteiras geográficas.

Porque quando eu ultrapasso uma fronteira física, eu ultrapasso, antes de tudo, uma barreira interna. Eu quero dizer que a descoberta, a distância e uma nova forma de vida me apontam caminhos. Espero não retornar da mesma forma que estou indo, estou partindo pra reciclagem e exijo um novo Daniel...hehehe. Nada de me devolver em terra para minha vida atual, quero uma ruptura, uma mudança, pois o cotidiano me mata.

Ainda na escola de surfe, vendo ao longe as luzes dos navios que atracavam no porto, pensei: em todo momento há gente que chega e gente que vai. E o mundo tem muitas pessoas, nunca se sabe quem é que se irá encontrar e quão decisivas estas pessoas serão em nossas vidas. Por isto, irei viajar de peito aberto, embora triste com o que poderia ter sido aqui e até agora não foi.

Quando eu estiver no avião, colocarei I´m leaving on a jetplane que é uma das músicas mais românticas que conheço. Ou quem sabe I say a little prayer for you, que é um hino do amor. Também colocarei Sorry to Myself, que é para me lembrar que devo tentar machucar menos as pessoas. Mas quando eu voltar, colocarei Thank You, da Alanis. Porque acho que esta longa viagem será o meu retiro espiritual, a minha própria Índia e a sua espiritualidade.

Isso, estou saindo de cena para voltar mais forte e mais bonito, no sentido conotativo! Hehehe. No final das contas, a gente não está querendo provar nada a ninguém. A gente só está querendo sentir o mundo e as pessoas e Deus de um modo diferente. Gostaria de enxergar Deus nas pessoas e nas coisas. Gostaria de enxergar o amor e sentir o amor por Deus, pelas pessoas e pelas coisas. Se eu puder enxergar tudo isso, ainda que de relance – porque a verdade é um relance – terá valido a pena me ausentar.