quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Descaminhos do Tempo - Por D. Donson

Provavelmente, depois da Flórida, terei encontro marcado com NY. Hurul!
Sempre sonhei com o dia em que tudo seria renovado,
Quando do cansaço de uma vida anônima e pungente,
Meu corpo se levantaria jovem, com uma força insistente.
E não existiria começo ou fim. Nada estaria de fato acabado.

Sei que é ousadia minha apelar para o reino sagrado das palavras
Com o objetivo de revelar sentimentos tão secretos e ininteligíveis.
É como nunca se entregar, é como sempre abrir novas entradas
Para assim sentir uma vez mais o doce frisson das descobertas incríveis.

É uma verdade universalmente conhecida que o tempo nada perdoa.
Fugaz e taciturno, passado corroendo o futuro, parece nunca parar.
De repente estou com vinte, trinta, sessenta anos. Sem galardão, nem coroa.
O que eu pretendia? Ser tão inédito, tão pioneiro, novos mundos desbravar?

Moro em casa alugada. Há pé de goiaba no quintal. Às vezes chove.
Gosto de olhar o céu que precede a chuva, do azul celeste que me esvazia.
Coisa boa é não-ser, não-estar, não-pensar. Essa liberdade que envolve...
Que explica a felicidade pura dos idiotas – juro que era isso que eu queria.

Não há tempo, porém, para lamúrias. É dever meu ser dono de mim.
Mas faltam ao meu lado aqueles que amo. Pés descalços, sorrisos gratuitos,
Calçadas de pedra, ventos de outono, cabelos soltos.
Ser dono é sonhar, é perder para achar, o que é ser livre enfim?
Tenho medo do medo de estar sozinho no meio dos outros.

É setembro. O inverno se foi e estou pensando em migrar para o Norte.
Dizem que lá as pessoas são tão iguais que não me olhariam com estranheza.
Eu teria um cachorro, uma mulher e um Deus. Bem mais do que espero da sorte.
Este deslocamento não feriria tanto. Juro que seria simpático e rejeitaria a grandeza.

Porque, no fundo, o que a gente quer é algo tão mais corriqueiro e comum.
A dúvida é que é excruciante e me ultrapassa. Dela fujo para sobreviver.
O que se quer não é bem-querer, saúde, riqueza, poder? E todos somos um.
Incapazes de romper com os nãos, de aceitar o tempo que se vive,
De amar gratuitamente, de apreender o lado bom. Como entender?
*Escrito em 06 de setembro de 2009, às 11h44.

8 comentários:

pAuLo disse...

Você esta em seu momento de nostalgia ? legal !!

Thayla Ramos disse...

Como entender? Já dizia Clarice: 'Não se preocupe em entender...viver ultrapassa todo o entendimento'.
Um belo texto Dani, mesmo. Saiu num tom tão..tão..tão Clarice! haha.

Beijo..

IPJA disse...

OLÁ, SOMOS DA IGREJA PRESBITERIANA DO JD. AEROPORTO E QUEREMOS QUE VC NOS FAÇA UMA VISITA E SINTA-SE A VONTADE EM NOSSO BLOG.
AJUDE - NOS A DIVULGAR!!!
DESDE JÁ AGRDECEMOS...
UPA

joyce Pretah disse...

voltei...trazendo saudade na mala....

feliz por ti....

com vontade de ainda vê-lo^^


deleitada com tuas lindas postagens^^


bjbjbjbjbj

Thiago Cavalcante disse...

; Bom dia, Daniel.

Viver.

Procuramos tantas formas, tantos métodos para deixar de existir e passar a viver.

Somos incompletos. Essa é a verdade. Construimos grande sonhos em terrenos que não poderão receber estruturas sólidas... e queremos apenas o 'corriqueiro', e nem sempre nos damos conta disso.

Anônimo disse...

confesso que me senti plageado
haeuhaeu
tem dias que venho pensando em fazer um blog bastante parecido com o seu e hoje o encontrei...
gostei bastante, musica ao fundo, musica como post e textos de outras pessoas, mas na sua maior parte, musicas...
deve ter varios desses na internet, eu acho, na verdade nao fico procurando blogs mas encontrei o seu por acaso...
enfim, parabens, teve a ideia antes de mim hauehue e eu, preguiçoso como sou nao devo fazer um nao... mas virei aqui as vezes...
gostaria que me respondesse por aqui mesmo
ass:Gus.

Unknown disse...

Querido anônimo plageado,

Primeiramente, peço desculpas a você e a todos que comentam neste blog, pois eu nunca retorno os comentários no próprio blog. É uma falta de cortesia ou atenção. O fato é que atualizo poucas vezes no mes. Quanto à questão de ter te plageado, entendo sim esta sua revolta de quem teve sua ideia roubada...hahahahaha. Mas não aceito o fato da preguiça te impedir de criar o seu blog, talvez com ideais novas, com cara nova também. Você precisa do blog para registrar, talvez, o que você pensa sobre as coisas e, desta forma, jamais esquecer sua opinião. Meu blog está com a minha cara, mas fico contente que andam achando ele sem querer pela rede. É sinal de que existo, não é? hahahahaha. Obrigado por visitar, retorne sempre que quiser.

PS: não me processe pelo plágio..rs

Cintia Ferreira disse...

Ah Donson!
O que dizer do post?
Lindo como sempre!

bjo