Pelo espírito de Dark Sheep Donson:
“Esta carta é como uma carta qualquer. Mas eu ficaria extremamente grato se fosse lida apenas por pessoas de alma já formada. Aquelas que sabem que em dado momento, a verdade torna-se a nossa maior inimiga. Aquelas que sabem que em dado momento, dizer a verdade torna-se a missão cabal de uma vida, que, sobretudo quer ser uma verdade que se reinventa com o tempo. E a verdade incomoda porque não é obsoleta. E a verdade não está à tona, está oculta, submersa em profundidades de mar. Entretanto, como a luz forte do meio-dia, ela se fará saber em poucas linhas, não para vergonha, mas para reflexão de uma nova forma de ser-no-mundo”.
Sociopata é uma definição alegórica que encontrei para meus personagens: Elemento 1 e Elemento 2. No entanto, embora pareça peculiar, o termo sociopata talvez seja o adjetivo mais adequado para definir meus nobres cavalheiros. De antemão, informo que não tenho compromisso com a realidade, e, nem mesmo que responsabilizo pelas colocações de Dark Sheep. Ele é controverso, mas uma coisa nele é constante: sinceridade. Esta sinceridade às vezes dói, como a luz do sol no reboco da parede branca. Mas fez de Dark Sheep um contestador, um espírito contraventor que desafia as estruturas errôneas de quaisquer sistemas e seus integrantes.
Sim, fico feliz por Dark Sheep habitar em mim, pois de vez em quando ele se manifesta, e eu, como ser inofensivo e quase domesticável deixo ele atuar de forma inexoravelmente precisa e justa. Sinto em gastar a tinta de minha caneta com estes personagens, pois eles não valem o preço que paguei nesta Bic, sequer sei se eles merecem o espaço que os dedico, a eles e a suas histórias. Estou com o coração divagante, sôfrego, pois Elemento 1 e 2 me remetem a uma cólera primeira, como nunca antes senti. Porém, sei que com a ação do tempo, esta mesma cólera irá conflagrar um terno sentimento de piedade e misericórdia, e isto me humanizará novamente.
Falemos sobre meu favorito: Elemento 1. Adjetivos não lhe cabem, ele quer é ser o próprio adjetivo, de modo que a glória jamais possa ser maior em outro corpo. Este Elemento guarda segredos que estão totalmente nus ao espírito que ora se manifesta nesta carta. Dark Sheep voa pelos ares, em busca da verdade do universo. E nestes vôos, muitas descobertas são feitas. Elemento 1 esconde conflitos, que agora não são mais irreveláveis e estão vindo a tona, do fundo do mar. Elemento 1 gosta de ter seu ego inflado, inflado, inflado. E se inflama quando algum outro elemento, tecnicamente desqualificado, o ultrapassa sem precedentes. Este elemento não é de todo detestável, é amável quando quer... quer algo. Seu maior sonho é dominar a palavra, é se tornar um elemento letrado e magníloquo. Infelizmente, meu personagem não sabe que a palavra não é conseguida a tapa, nem a torturas e nem através de extorsões do dicionário.
A palavra não pode ser forjada, nem violentada. A palavra nasce tacitamente de um contato sublime e íntimo com a Terra. A palavra, como eu as digo, é resultado de anos de exercício e admiração, não somente pela beleza sonora dos signos (atmosfera de descobertas infinitas), mas, sobretudo pela graça incomensurável da expressão. Expressar a alma humana, os pensamentos, os anseios, o metafísico, o onírico, o lúdico... Isto é inviolável e inalienável.
Meu personagem ainda não aprendeu que precisa aprender a curvar a sua cerviz. Elemento 1 não entende que o saber é indomável, e que o saber empresta seus conteúdos para todo aquele que está disposto a passá-lo adiante. Isto implica diligência. Quem acha que já sabe o suficiente, logo é ultrapassado pelo mais primitivo aprendiz. Acredita ele, em sua vã filosofia artificial e nada singular, que o saber o elevará, ou o emancipará de alguma maneira. Em partes é verdade. Mas a conduta é o precedente básico para quem deseja estar entre o raro e o comum. Meu personagem odeia ser prosaico, porém não tem pedigree, nem a fibra dos bons revolucionários. É covarde.
Certa vez, cansado do ócio improdutivo de sua vida diária, tentou inovar empreendendo uma fatídica revolução. Infelizmente, a revolução não alcançou mais de que um adepto. Não obstante, em tempos recentes empreendeu uma inquisição contra mim. Entretanto, a manifestação de Dark Sheep Donson me salvou da fogueira, no momento ideal, na hora H, na esfera H. Esta esfera retangular que esconde uma porção de egos espavoridos e pavorosos lutando por um reconhecimento imaginário. Fiquei exultante ao ver os faróis da justiça. Era uma espécie de antítese grotesca da famosa história de Dom Quixote e Sancho Pança, só que desarticulei o final.
Elemento 1 é acusado de cometer diversos crimes contra a escrita, é réu inconfesso. Tudo em uma tentativa pandemônica de ser eloqüente e bem posto. Já eu não tenho compromisso com absolutamente nada e ninguém. Faço questão de ser um eterno amador, pois isto me dignifica e não me padroniza. Escrevo o que espontaneamente me ocorre. Escrevo para ficar livre de mim e isto traz propriedade ímpar às minhas palavras. Não escrevo simples porque não sou simples. Não escrevo o que quero, e sim, o que de fato sou. Caro leitor, eu nunca disse que a carta seria interessante e o teor não é literário, mas libertário.
Elemento 1, depois de ter encontrado outros elementos não menos amorfos e assexuados, tratou de fazer deles seu séqüito para adentrar no social. Elemento 2 é relativamente intelectualizado, e por isto, meu elemento favorito achou que poderia ser confundido com esta desprezível tipologia. Não falarei muito sobre Elemento 2, o mais sectário de todos. Ele, por se achar demasiadamente grande, ganhará o menor espaço, o que dedico aos leigos e iletrados. Reduzirei este elemento ao cargo de aprendiz, de copiador dos outros e parco repetidor de falas. Embora eu tenha que assumir que Elemento 2 dispõe de certo capital cultural, isto de maneira alguma o elitiza, ou exalta.
Não faz questão de ser sociável, assim como eu. Não é fruto de minha criação, porque não gero mutantes deste patamar. É talvez o elemento mais maniqueísta e altivo que tive o inenarrável desprazer de conhecer. Contudo, é mortal e sensível: isto o reduz drasticamente. E novos elementos vindos das entranhas da terra vão sendo agregados ao pitoresco clube. Alguns totalmente passivos e alienados, outros, excêntricos e rebeldes. Todos em busca da sinergia do contraponto, do oposto. Querem eles atingir o Nirvana? Mal sabem que o bom do universo são as coisas simples e sem rebusco. As coisas simples são as mais difíceis de aceitar. O valor do outro, a essência humana são meus objetos de estudo constante e vitalícios. Não busco a exatidão científica, mas a construção e o melhoramento gradativo do ser-no-mundo.
Eu criei Elemento 1, com toda minha intrepidez e ousadia. Ele está desnudo para mim e sem segredos agora que resolvi publicá-lo. Poderia a criatura se rebelar contra o seu criador? Elemento 1 me deve obediência e subserviência porque além de ter sido criado pela minha existência, ele teve oportunidade de crescer em melhores condições do que eu. Não uso isto como subterfúgio, não. Embora seja mais antigo, não possui grandes méritos ou hegemonias sobre quaisquer habilidades. Não agregou muita coisa desta vida. Limitou-se a respirar e existir, respirar e existir, desconsiderando a magnitude do mundo real e do mundo dos sonhos.
Eis que agora quer recuperar o tempo perdido, sendo o que poderia ter sido e não foi. Genuinidade não lhe cabe. Sua caiada está exposta para todos. Neste momento, sei que ele está numa sala escura me praguejando, embora sugue até o fim o vocabulário que voluntariamente dôo, já que não me pertence. Empertigado. Eu, objeto de sua admiração e revolta. Justo eu que sempre me portei e essencialmente fui tão benevolente. O meu pecado? O de pensar, é claro. Oras. O de ser humilde o bastante para ler Virginia Wolf antes de criticá-la e despender opiniões robustas sobre ela. Já Elemento 2 prefere o silêncio de sua alcova. Planeja o ataque meticulosamente pelos ermos digitais, muito embora sua arrogância só tenha lhe dado a grande medida da solidão e do isolamento. Ardilosos. Elemento 1 odeia literatura brasileira. Talvez se sinta deslocado no espaço geográfico.
Em criança, eu também desconfiava de minhas origens. Mesmo na dúvida, aprendi o português com certo louvor, para somente então buscar no inglês e no verbo “To be” as frestas de um novo mundo. Meus personagens gritam, precisam ser ouvidos. São crianças carentes, precisam de colo. Eu escondo minha carência para que não me arrastem. Dia destes, as águas me trouxeram cenas corridas. Veja, meus personagens tencionavam me impedir de mudar de turma. No auge da típica frivolidade e soberba, queriam me impedir de cursar meu caminho. Como se adversidades me causassem pavor. Risos.
Mal sabem que Dark Sheep foi forjado no fogo da desigualdade, do desencanto e da desesperança. De modo que a derrota nem de longe me assusta. As adversidades nos fazem indesistíveis, inabaláveis. Em suma, não me recordo de nada do que disse, e se me perguntarem sobre a sintaxe ou semântica deste texto, responderei em outra língua. Quem fala é meu lobo. O lobo do lobo do homem, do qual falou Bandeira. O lobo da estepe, do qual falou Hersse.
Meus personagens resolveram ressurgir dos recônditos do msn para enunciar a criação de novas idéias. Como se a produção deles fosse de fato digna de crédito. Como se o passado não emitisse, uníssono, os erros ainda não concertados. Na nova e irônica empreitada, a missão dos elementos é provar aos outros elementos tidos como inferiores e não pertencentes à raça ariana que eles são profissionais gabaritados e do mais alto escalão. Utopia. Entropia. Eu? eu apenas desejo all the very best e prefiro não cooperar com seus ímpetos, negando-lhes minha atenção. Só ousei publicar meus personagens para poder matá-los. Sim, não os deixarei vivos. Contudo, sei que eles já morreram e ainda não sabem. Morrerão duas vezes, ninguém mais ouvirá palavra sobre estes mentecaptos. Ah... ah... ah... estou movido de compaixão. É que estas mentes todas vivas têm a força de um inferno. Adeus. Vou saindo vagarosamente para não morrer com vocês. Agora as máscaras estão ao chão, e se não renascerem, estes elementos apenas servirão de matéria orgânica que em breve adubará o solo.
"É que depois de anos de verdadeiro sucesso com a máscara, de repente – ah, menos que de repente, por causa de um olhar passageiro ou uma palavra ouvida – de repente a máscara de guerra de vida cresta-se toda no rosto como lama seca, e os pedaços irregulares caiam com um ruído oco no chão. Eis o rosto agora nu, maduro, sensível quando já não era mais para ser. E ele chora em silêncio para não morrer. Pois nessa certeza sou implacável: este ser morrerá. A menos que renasça até que dele se possa dizer “esta é uma pessoa”."
“Esta carta é como uma carta qualquer. Mas eu ficaria extremamente grato se fosse lida apenas por pessoas de alma já formada. Aquelas que sabem que em dado momento, a verdade torna-se a nossa maior inimiga. Aquelas que sabem que em dado momento, dizer a verdade torna-se a missão cabal de uma vida, que, sobretudo quer ser uma verdade que se reinventa com o tempo. E a verdade incomoda porque não é obsoleta. E a verdade não está à tona, está oculta, submersa em profundidades de mar. Entretanto, como a luz forte do meio-dia, ela se fará saber em poucas linhas, não para vergonha, mas para reflexão de uma nova forma de ser-no-mundo”.
Sociopata é uma definição alegórica que encontrei para meus personagens: Elemento 1 e Elemento 2. No entanto, embora pareça peculiar, o termo sociopata talvez seja o adjetivo mais adequado para definir meus nobres cavalheiros. De antemão, informo que não tenho compromisso com a realidade, e, nem mesmo que responsabilizo pelas colocações de Dark Sheep. Ele é controverso, mas uma coisa nele é constante: sinceridade. Esta sinceridade às vezes dói, como a luz do sol no reboco da parede branca. Mas fez de Dark Sheep um contestador, um espírito contraventor que desafia as estruturas errôneas de quaisquer sistemas e seus integrantes.
Sim, fico feliz por Dark Sheep habitar em mim, pois de vez em quando ele se manifesta, e eu, como ser inofensivo e quase domesticável deixo ele atuar de forma inexoravelmente precisa e justa. Sinto em gastar a tinta de minha caneta com estes personagens, pois eles não valem o preço que paguei nesta Bic, sequer sei se eles merecem o espaço que os dedico, a eles e a suas histórias. Estou com o coração divagante, sôfrego, pois Elemento 1 e 2 me remetem a uma cólera primeira, como nunca antes senti. Porém, sei que com a ação do tempo, esta mesma cólera irá conflagrar um terno sentimento de piedade e misericórdia, e isto me humanizará novamente.
Falemos sobre meu favorito: Elemento 1. Adjetivos não lhe cabem, ele quer é ser o próprio adjetivo, de modo que a glória jamais possa ser maior em outro corpo. Este Elemento guarda segredos que estão totalmente nus ao espírito que ora se manifesta nesta carta. Dark Sheep voa pelos ares, em busca da verdade do universo. E nestes vôos, muitas descobertas são feitas. Elemento 1 esconde conflitos, que agora não são mais irreveláveis e estão vindo a tona, do fundo do mar. Elemento 1 gosta de ter seu ego inflado, inflado, inflado. E se inflama quando algum outro elemento, tecnicamente desqualificado, o ultrapassa sem precedentes. Este elemento não é de todo detestável, é amável quando quer... quer algo. Seu maior sonho é dominar a palavra, é se tornar um elemento letrado e magníloquo. Infelizmente, meu personagem não sabe que a palavra não é conseguida a tapa, nem a torturas e nem através de extorsões do dicionário.
A palavra não pode ser forjada, nem violentada. A palavra nasce tacitamente de um contato sublime e íntimo com a Terra. A palavra, como eu as digo, é resultado de anos de exercício e admiração, não somente pela beleza sonora dos signos (atmosfera de descobertas infinitas), mas, sobretudo pela graça incomensurável da expressão. Expressar a alma humana, os pensamentos, os anseios, o metafísico, o onírico, o lúdico... Isto é inviolável e inalienável.
Meu personagem ainda não aprendeu que precisa aprender a curvar a sua cerviz. Elemento 1 não entende que o saber é indomável, e que o saber empresta seus conteúdos para todo aquele que está disposto a passá-lo adiante. Isto implica diligência. Quem acha que já sabe o suficiente, logo é ultrapassado pelo mais primitivo aprendiz. Acredita ele, em sua vã filosofia artificial e nada singular, que o saber o elevará, ou o emancipará de alguma maneira. Em partes é verdade. Mas a conduta é o precedente básico para quem deseja estar entre o raro e o comum. Meu personagem odeia ser prosaico, porém não tem pedigree, nem a fibra dos bons revolucionários. É covarde.
Certa vez, cansado do ócio improdutivo de sua vida diária, tentou inovar empreendendo uma fatídica revolução. Infelizmente, a revolução não alcançou mais de que um adepto. Não obstante, em tempos recentes empreendeu uma inquisição contra mim. Entretanto, a manifestação de Dark Sheep Donson me salvou da fogueira, no momento ideal, na hora H, na esfera H. Esta esfera retangular que esconde uma porção de egos espavoridos e pavorosos lutando por um reconhecimento imaginário. Fiquei exultante ao ver os faróis da justiça. Era uma espécie de antítese grotesca da famosa história de Dom Quixote e Sancho Pança, só que desarticulei o final.
Elemento 1 é acusado de cometer diversos crimes contra a escrita, é réu inconfesso. Tudo em uma tentativa pandemônica de ser eloqüente e bem posto. Já eu não tenho compromisso com absolutamente nada e ninguém. Faço questão de ser um eterno amador, pois isto me dignifica e não me padroniza. Escrevo o que espontaneamente me ocorre. Escrevo para ficar livre de mim e isto traz propriedade ímpar às minhas palavras. Não escrevo simples porque não sou simples. Não escrevo o que quero, e sim, o que de fato sou. Caro leitor, eu nunca disse que a carta seria interessante e o teor não é literário, mas libertário.
Elemento 1, depois de ter encontrado outros elementos não menos amorfos e assexuados, tratou de fazer deles seu séqüito para adentrar no social. Elemento 2 é relativamente intelectualizado, e por isto, meu elemento favorito achou que poderia ser confundido com esta desprezível tipologia. Não falarei muito sobre Elemento 2, o mais sectário de todos. Ele, por se achar demasiadamente grande, ganhará o menor espaço, o que dedico aos leigos e iletrados. Reduzirei este elemento ao cargo de aprendiz, de copiador dos outros e parco repetidor de falas. Embora eu tenha que assumir que Elemento 2 dispõe de certo capital cultural, isto de maneira alguma o elitiza, ou exalta.
Não faz questão de ser sociável, assim como eu. Não é fruto de minha criação, porque não gero mutantes deste patamar. É talvez o elemento mais maniqueísta e altivo que tive o inenarrável desprazer de conhecer. Contudo, é mortal e sensível: isto o reduz drasticamente. E novos elementos vindos das entranhas da terra vão sendo agregados ao pitoresco clube. Alguns totalmente passivos e alienados, outros, excêntricos e rebeldes. Todos em busca da sinergia do contraponto, do oposto. Querem eles atingir o Nirvana? Mal sabem que o bom do universo são as coisas simples e sem rebusco. As coisas simples são as mais difíceis de aceitar. O valor do outro, a essência humana são meus objetos de estudo constante e vitalícios. Não busco a exatidão científica, mas a construção e o melhoramento gradativo do ser-no-mundo.
Eu criei Elemento 1, com toda minha intrepidez e ousadia. Ele está desnudo para mim e sem segredos agora que resolvi publicá-lo. Poderia a criatura se rebelar contra o seu criador? Elemento 1 me deve obediência e subserviência porque além de ter sido criado pela minha existência, ele teve oportunidade de crescer em melhores condições do que eu. Não uso isto como subterfúgio, não. Embora seja mais antigo, não possui grandes méritos ou hegemonias sobre quaisquer habilidades. Não agregou muita coisa desta vida. Limitou-se a respirar e existir, respirar e existir, desconsiderando a magnitude do mundo real e do mundo dos sonhos.
Eis que agora quer recuperar o tempo perdido, sendo o que poderia ter sido e não foi. Genuinidade não lhe cabe. Sua caiada está exposta para todos. Neste momento, sei que ele está numa sala escura me praguejando, embora sugue até o fim o vocabulário que voluntariamente dôo, já que não me pertence. Empertigado. Eu, objeto de sua admiração e revolta. Justo eu que sempre me portei e essencialmente fui tão benevolente. O meu pecado? O de pensar, é claro. Oras. O de ser humilde o bastante para ler Virginia Wolf antes de criticá-la e despender opiniões robustas sobre ela. Já Elemento 2 prefere o silêncio de sua alcova. Planeja o ataque meticulosamente pelos ermos digitais, muito embora sua arrogância só tenha lhe dado a grande medida da solidão e do isolamento. Ardilosos. Elemento 1 odeia literatura brasileira. Talvez se sinta deslocado no espaço geográfico.
Em criança, eu também desconfiava de minhas origens. Mesmo na dúvida, aprendi o português com certo louvor, para somente então buscar no inglês e no verbo “To be” as frestas de um novo mundo. Meus personagens gritam, precisam ser ouvidos. São crianças carentes, precisam de colo. Eu escondo minha carência para que não me arrastem. Dia destes, as águas me trouxeram cenas corridas. Veja, meus personagens tencionavam me impedir de mudar de turma. No auge da típica frivolidade e soberba, queriam me impedir de cursar meu caminho. Como se adversidades me causassem pavor. Risos.
Mal sabem que Dark Sheep foi forjado no fogo da desigualdade, do desencanto e da desesperança. De modo que a derrota nem de longe me assusta. As adversidades nos fazem indesistíveis, inabaláveis. Em suma, não me recordo de nada do que disse, e se me perguntarem sobre a sintaxe ou semântica deste texto, responderei em outra língua. Quem fala é meu lobo. O lobo do lobo do homem, do qual falou Bandeira. O lobo da estepe, do qual falou Hersse.
Meus personagens resolveram ressurgir dos recônditos do msn para enunciar a criação de novas idéias. Como se a produção deles fosse de fato digna de crédito. Como se o passado não emitisse, uníssono, os erros ainda não concertados. Na nova e irônica empreitada, a missão dos elementos é provar aos outros elementos tidos como inferiores e não pertencentes à raça ariana que eles são profissionais gabaritados e do mais alto escalão. Utopia. Entropia. Eu? eu apenas desejo all the very best e prefiro não cooperar com seus ímpetos, negando-lhes minha atenção. Só ousei publicar meus personagens para poder matá-los. Sim, não os deixarei vivos. Contudo, sei que eles já morreram e ainda não sabem. Morrerão duas vezes, ninguém mais ouvirá palavra sobre estes mentecaptos. Ah... ah... ah... estou movido de compaixão. É que estas mentes todas vivas têm a força de um inferno. Adeus. Vou saindo vagarosamente para não morrer com vocês. Agora as máscaras estão ao chão, e se não renascerem, estes elementos apenas servirão de matéria orgânica que em breve adubará o solo.
"É que depois de anos de verdadeiro sucesso com a máscara, de repente – ah, menos que de repente, por causa de um olhar passageiro ou uma palavra ouvida – de repente a máscara de guerra de vida cresta-se toda no rosto como lama seca, e os pedaços irregulares caiam com um ruído oco no chão. Eis o rosto agora nu, maduro, sensível quando já não era mais para ser. E ele chora em silêncio para não morrer. Pois nessa certeza sou implacável: este ser morrerá. A menos que renasça até que dele se possa dizer “esta é uma pessoa”."
12 comentários:
oi iai meu tudo bem ?
bem interesante esse seu personagem !
bjoos
oiiii ....
Fala Daniel, legal seu blog e legal sua mensagem no meu blog.
Só um alô: quando disse na palestra (repetindo o que está no perfil deste blog) que sou jornalista por questão sangüínea, quis dizer que é porque esta atividade está no meu sangue, não por descendência. Ninguém na minha família tinha sido louco a ponto de ser jornalista hahahaha!
Well
Hey sheep guy...
Your text its to hard, try something more light and sweet,
You hammer the words like a carpenter...
Relax dude, keep peace man.
Letter's are like food yo...
You can digest this.
(laugh)
That what I said.
Ass. T-Bone American Bloggerpage.
PS: I understant very well portuguese, and you abuse so much of the big words, you just can said "Potato"...
(laugh).
Bye Niger.
Hey Dear Anônima...
Thank you for your visit, sweet girl. Yeah, my text is a little hard,´cos I write it to me in first, to be free of myself, and not to make friendship with u or with readers. My word is my place in the world. So, I digest your opinion, and apologise if you´ve not liked. But, I won´t change but style because of u...
Thank you, girl, keep and go ahead you´ll be futher...
(laugh)
Hááá meu bem... Coitados dos que se importam com o "text to hard", porque esse é o estilo dani de escrever, ser, falar.
Pois sobre o texto... AH dani, quando você começou já imaginei quem seriam os Elementos e nem preciso dizer que acertei. The Dark Sheep foi muito bom na descrição. Figuras mesquinhas, é assim que os vejo. Estão se enfiando em buracos de seus próprios mundinhos com iniciativas idiotas e idéias revolucionárias. ai ai ai.
quanto à sua mudança de curso, nem lembrava mais disso, senão teria comentado com você agora que me considero sua amiga, mas foi patético. mesmo não sendo sua amiga naquela época, foi de lá que começou o declínio de meu conceito sobre os elementos. fiquei revoltada e avisei que se algum abaixo assinado chegasse às minhas mãos eu picaria...
enfim dani. desejo-lhe sorte sempre... tenho certeza que nós amadores voaremos muito além, despidos de qualquer arrogância.
Beijão querido!
Ótimas férias... e passe lá no meu...
"Blog RER - Um pouquinho de informação e entretenimento!"
Mr. Donson, saudações a vossa pessoa. rsrsrss
Nem preciso comentar sobre este texto, já que fui um dos primeiros a ler e morrer de rir com os nossos pensamentos maquiavélicos! hauhuahauhuauhuauauhua
Que venha a próxima agulhada de Dark Sheep!
Abraço
Esquisofrenia contextual e verbal incríveis!
Por que parou com tais paradoxos neste blog?! E a metamorfose da atualização está cochilando?!
(p.s.:Errei uma palavra, mas aqui está, costurado e remendado!)
Adorei o comentário que foi feito no meu blog, embora não saiba com exatidão quem o fez. Mas a parte que me toca, foi realmente bem definida. Esquisofrenia contextual e vebal precoce, não acha? nem cheguei aos vinte ainda, mas já sinto os efeitos da idade. Bom saber que há quem leia o que não foi popularizado, ou divulgado. Não escrevi novos artigos porque estou em um hiato, recolhimento, uma contemplação. Sem previsões, e sem cobranças, nunca vociferei em busca de leitores. A atualização não é uma metamorfose, mas uma simbiose de interesses e aspirações transitórias que permeam a nossa vida.
Arrivederte
saudades da sua sabedoria
bjooos
ps: dá p posta mais textos em !
Obrigado por Blog intiresny
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