segunda-feira, 18 de maio de 2009

Frisson de Nova Fase - Por D. Donson




“As cores tem um outro tom, os nomes e pronomes outro som. A sua presença é um dom revelando tudo que é bom”. Pego carona nesse verso do Kid Abelha para expressar esta nova fase de minha vida que, embora anônima, é tão divertida e cheia de novidades. Hehehehe.

Veja, é impressionante esta capacidade quase tecnológica que as pessoas têm de formatar sentimentos e começar tudo de novo, como se nada tivesse acontecido (hehehe). Isto é ótimo! Sabe porquê? Desta forma, cumprimos os conselhos do grande filósofo (risos) Clodovil Hernandez que disse uma vez que jamais deveríamos mendigar afeto a uma pessoa que nos despreze. Esta pessoa, segundo ele, deveria morrer para nós.

Além do mais, é tão bom se ver livre de uma velha roupa descolorida e desbotada, não é? O algodão novo, a dobradura impecável, o cheiro de alfazema de uma nova peça causa até uma melhora na autoestima. E essa estima deve ser sempre colocada em primeiro plano porquê importa muito pouco o que pensam sobre nós: mais importante é o que somos realmente.

E o que somos também é mistério para nós. Um doce mistério que vamos tentando viver sem entender – da melhor forma possível. Se acabar o mistério, acaba também a graça. É sempre muito complicado e muito diferente; além de ser um tremendo desafio costumizar a felicidade da maneira que achamos que ela tem que ser.

Talvez o segredo maior e inviolável de todas as pessoas é que elas não suportam a felicidade tradicional e pré-estabelecida. Cada um procura singularizar esta coisa a que chamam “felicidade”. Mais do que isso: cada um quer dar nova conotação ao ato quase involuntário que é ser feliz.

Estou sendo feliz neste instante porque me recuso a ser sempre triste. O momento seguinte, porém, é uma eterna inquietude descompromissada, uma vontade de mudar de caminho, um pouco de insatisfação consigo próprio e com os outros. Isso é sintoma de que sou humano: esta forte incapacidade de ser constante. Contudo, este momento é tudo o que me importa, embora eu espere e aposte muito em um futuro promissor e em uma vida que, acredito, será longuíssima e cheia de... Novidades.

No fim, se o mundo girar rápido demais e o tempo passar esfuziante, mais rápido e frenético do que já tem passado, tudo que eu peço é um local bem bonito... um lugar de repouso e conversação, com sombras refrescantes, árvores, muita gente alegre, sorridente – adoro gente boa reunida – e muita descontração. Quero um lugar onde eu possa ficar bem satisfeito com todo o amor que sinto, com todo o Deus que também sinto em mim, com todos os meus livros, discos, amigos e só isso. Nada mais. Hehehehe.

Let´s know what´s love!

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Amizades Sinceras - Por D. Donson


Resolvi que falar é necessário. Melhor, externar é necessário. Faz dias que vem neveando algumas idéias na minha cabeça; elas estão lá, o tempo todo. Incansáveis. Estive pensando o que significa Amizade. Muito, muito complicado definir. Sei de uma coisa: poucos realmente são nossos amigos.

Pensei, pensei. Quem poderia me dar a mão no momento de sufoco? Quem confiaria em minha mão e a solicitaria em um momento de sufoco? Sobraram poucos dedos, sobrou menos de uma mão. Lembrei do que a Clarice disse no livro A paixão segundo GH: “A maioria das pessoas que gostam de nós quer que sejamos alguma coisa de que elas precisam”.


Não muita gente precisa de mim; eu também vivo bem embora precise de ajuda. Até minha referência maior de amizade ultimamente tem dado pisadas seqüenciais, atrozes – e eu tenho relevado em nome de alguma coisa chamada amizade. Imagino que amigo seja algo que vai muito além de alguém com quem compartilhamos nossas vivências e experiências. Alguém que chamamos parar rir, para se divertir e descontrair.

Amigo também segura nossa barra, divide as frustrações e, sobretudo, nos corrige ou tenta nos apontar o caminho. Amigo de risos eu dispenso. A não ser o efêmero momento do riso que é bom para todos. Mas a angústia, a angústia a gente acaba tendo que segurar sozinho e no escuro. E não estou inspirado para falar tudo quanto é necessário. Se eu falasse o que observo no comportamento das pessoas e, particularmente, no meu, o mundo se escandalizaria.

Preciso me controlar. Mas juro que o que eu realmente prezo é pela transparência. Odeio egocentrismo, pessoas que só falam de si, pessoas que não tem sensibilidade para enxergar o outro, pessoas bitoladas e alienadas em si mesmo e em suas vidas medíocres. A minha vida, hoje, está medíocre. Medíocre de pessoas, de lugares, de verdades. Medíocre de sonhos, de largueza e, sobretudo, de amor. Mas eu não sou medíocre.

Estou é tentando sobreviver neste emaranhado de sentimentos incertos e de pessoas ainda mais incertas. Mas conservo aquela velharia da infância, aquele bem-querer e aquela facilidade de apego. Isso talvez salve tudo. Estou buscando por um tempo que espero viver. Estou transformando minha realidade conforme o meu desejo de vida.

Estou customizando a vida, do meu modo. Me adequo aos outros? Não. Ninguém precisa me amar, não preciso amar ninguém. Esta é a verdade: me tratando bem já é suficiente. Mas sou tolerante... vou agüentando, até que em um momento quase normal do cotidiano a gente explode a abarca o mundo e as pessoas com ofensas e depois dizem: acalme-se, você está descontrolado. Em síntese, a busca continua: Procura-se uma amizade sincera!